O Lado Negro do Petróleo (IV/IV)

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Para fazer jus, ao título remato com razões de carácter geopolítico que a opinião pública teima em ignorar:

  • Comecemos pelo simples facto de que o principal consumidor de petróleo é também um dos principais importadores. Se pensa que estou a falar da China, quase que acertava – hoje consomem praticamente o mesmo, por ano. A grande diferença reside no facto dos Estados Unidos da América (EUA) serem também um dos maiores produtores ainda que exporte muito pouco, ou nada. Onde quero chegar? Atente neste quadro:screen shot 2014-12-18 at 10.30.01 amQuantos destes países exportadores de petróleo estão sob esfera de influência dos EUA, ou se revelam não-hostis para os seus interesses? E quantos estavam há 20 anos? E há 30? Ou mediante expedições militares de legitimidade (muito) questionável, ou recorrendo à sua organização governamental sombra – a CIA –, os EUA têm levado a água ao seu moinho no tabuleiro geopolítico. Invariavelmente, os poços de petróleo estão sempre metidos ao barulho.
  • Desde que me conheço como gente, lembro-me de nos ensinarem na escola, que o petróleo era uma matéria-prima vital para todo o mundo e que se esperava que as suas reservas esgotassem mais ou menos uma geração. Isso foi no final dos anos 80 e, quando se começaram a mostrar filmagens de ataques aéreos no Iraque em 1990, entendi que o acesso ao crude não era para se negligenciar. Mais de 20 anos decorridos, a premonição assustadora mantém-se, ainda que hoje em dia se falem em 50 anos, tendo em conta o ritmo de exploração. Serão dados rigorosos? Farão algum sentido? Quem fez as estimativas? Quem beneficiaria com o esgotamento das reservas de petróleo no resto do mundo, quando está sentada sobre um manancial soberbo, do qual não abre mão? E se de facto “alguém” souber que a escassez de petróleo é um logro? Isso não iria minar toda a estratégia de assegurar fontes de abastecimento seguras por regimes escolhidos a dedo? Isso não faria com que o petróleo deixasse de ser “tããããooo” importante? Às tantas também os EUA perderiam muito do seu aparato de superpotência…
  • Antes, referi como o desfecho da reunião da OPEP em 27 de Novembro último fez cair a cotação internacional do crude pela recusa da Arábia Saudita em reduzir a sua quota de produção. As primeiras reacções – vindas do outro lado do oceano – apontaram o dedo aos Sauditas, insinuando que a sua intenção era a de eliminar a concorrência dos projectos norte-americanos (EUA e Canadá), que exploram jazidas de petróleo menos convencionais e recorrendo a tecnologias mais dispendiosas. A acusação referia ainda o baixíssimo custo de extracção de petróleo Saudita (abundância, baixa profundidade, crude de elevada qualidade) lhes permitia aguentar um período mais ou menos longo de menores retornos. E por que haveria o regime mais do que amigável da Arábia Saudita pisar os calos aos aliados norte-americanos? A isso já não conseguiram responder…(5)
  • Já foi aventado aqui que, além do preço contratualizado pelos barris de petróleo extraídos (não os dos mercados internacionais), o crude é uma importante fonte de receita de impostos e royalties para os regimes de muitos países, inclusive de países hostis aos interesses americanos (ver imagem). screen shot 2014-12-11 at 9.05.03 amOra, não fará mais sentido interpretar esta descida mais expressiva da cotação internacional como uma tentativa de fragilizar governos que não morrem de amores pelos EUA e utilizar um aliado para levar a tarefa a cabo? Sublinhe-se que este tipo de “jogada de xadrez” já foi utilizada no passado, mais que uma vez (6)…Pergunto: quem é que sofre mais com a queda do preço do petróleo, não estando debaixo da asa protectora dos EUA? Pergunto novamente: seria sensato desafiar para uma guerra aberta um adversário, cujo poderio possa infligir muitas perdas (materiais e humanas) e cujo vencedor teria mais a lamentar que a festejar? E se se conseguisse enfraquecer o adversário por dentro, evitando assim uma carnificina? Seria de génio, não concordam?

Não é à toa que lhe chamam “ouro negro” , pois não?!

(5) Há uma razão mais cabal para esta decisão: a Arábia Saudita, pura e simplesmente não quis perder quota de mercado. Principalmente, pelo facto de se tratar do maior exportador de petróleo. Como foi argumentado, há muitos incumprimentos nas quotas de produção da OPEP – é muito difícil controlá-las – e ainda para mais há contractos de fornecimento com condições estabelecidas há algum tempo, com preços necessariamente distintos daqueles vigentes nos mercados financeiros internacionais. Se fechasse a porta a um cliente – com base na redução de quotas de produção – ele ia bater a outra.

(6) A Arábia Saudita já recorreu a este tipo de táctica para refrear a animosidade demonstrada no passado – década de 80 – por parte dum vizinho incómodo: o Irão. Ao reduzir os fluxos provenientes do comércio externo e fiscais a crise económica que se instalou no Irão fê-los abandonar os planos de corrida às armas.

O Lado Negro do Petróleo (III/IV)

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Tal como foi defendido antes, para a definição daquilo que é a cotação internacional do petróleo, contribuem variadíssimos factores. Foi também argumentado que os mais preponderantes até podem não ser aqueles que estão à vista de todos e muito menos aqueles de carácter estrutural/fundamental. Referiu-se também que a acção dos especuladores, na maior parte dos casos, invalida qualquer explicação racional a certas flutuações de mercado e nunca são analisadas como determinantes da evolução dos preços.

Para dar alguns exemplos de índole técnica:

  • Quase nunca, os comentadores convidados a opinar sobre a evolução da cotação internacional do petróleo, se detêm no facto deste estar cotado em dólares (USD). Ora, apesar de ser a divisa de referência a nível mundial, não é a que todos utilizam. Por isso, quando em termos nominais, no curto prazo, o USD deprecia face ao Euro (EUR) por exemplo, o detentor da moeda europeia ganha poder de compra, certo? Com os mesmos EUR pode comprar mais barris de petróleo. Durante muito tempo, enquanto a moeda americana foi intencionalmente depreciada – pelas injecções massivas de moeda no sistema financeiro mundial por parte do banco central americano (FED) ao abrigo do plano de monetização de dívida pública (quantative easing) – muitos negociantes da matéria-prima assim como regimes de países como a China (que importa a quase totalidade do petróleo que consome) constituiu reservas importantes. Quem diz de petróleo, diz de outras matérias-primas, principalmente as não-perecíveis, também transaccionadas em USD: metais e outros minérios. Analisem a evolução do USD e da cotação do petróleo, podem encontrar uma correlação interessante, e quase sempre negligenciada pela comunicação social (3);
  • Ainda analisando o efeito cambial: houve muitos aforradores, fundos soberanos de investimento e até especuladores, que com receio que as moedas soberanas pudessem ser substituídas, ou perdessem a sua faculdade de reserva de valor, desataram a comprar activos tangíveis. Foi no meio deste frenesim que até as moedas virtuais – bitcoin é a mais conhecida – ganharam alguns adeptos. Há cerca de 3 anos, no auge da crise de credibilidade do euro – com os naturais efeitos de arrasto sobre as outras divisas, houve muitos aforradores/investidores/especuladores que preferiram “aparcar” as suas poupanças/excedentes de tesouraria em bens tangíveis e facilmente transaccionáveis. O ouro também foi beneficiário desta tendência que, entretanto – pelo afastamento do perigo imediato do colapso das divisas soberanas –, já perdeu “apoiantes”;
  • A queda brusca e aparatosa da cotação internacional do petróleo pode indiciar que a maioria dos participantes do mercado estariam posicionados para a manutenção em alta dos preços do crude. Talvez por isso tivessem as estratégias de cobertura de risco montadas só para acautelar uma eventual subida e nunca a descida. O desmantelar de posições perdedoras poderá ter criado um efeito bola de neve sobre todo o mercado;
  • Não é incomum na indústria da gestão financeira de activos montar estratégias que envolvam vários activos no sentido de tirar partido de correlações estatísticas vigentes, durante determinados períodos. Muitas delas estão assentes em algoritmos de execução automática. Enquanto as regularidades se mantêm, os trades continuam a ser postos em prática. O pior é quando essas correlações perdem significância, ou começam a falhar. A reversão destas operações normalmente leva a movimentos bruscos nos mercados financeiros (4);
  • Quando há muita folga financeira e se consegue obter crédito facilmente, fazem-se muitos disparates e coisas raras. Pois bem, o leitor sabia que depois dos grandes bancos de investimento terem sido resgatados com dinheiros dos contribuintes entre meados de 2008 e 2009, se dedicaram ao negócio do ouro negro em larga escala? E sabe o que fizeram para ganhar “mais uns cobres”? Compraram quantidades enormes de barris de petróleo – fala-se que em determinado momento havia mais de 100 milhões de barris de petróleo nos seus livros – armazenados em petroleiros ancorados em portos marítimos. Para quê? Depois de ter feito um pico em Julho de 2008 a cotação internacional do petróleo caiu abruptamente. Como os preços dos fretes marítimos caíram também aos trambolhões, os espertalhaços na banca de investimento dedicaram-se a fretar petroleiros, pagar as taxas portuárias e a comprar petróleo como se não houvesse dia seguinte. Para quê? Simples: vendê-lo a jusante…Supertanker_001

Hoje em dia, pelos vistos, os grandes bancos de investimento abandonaram o ramo. No entanto, há alguns seguidores. Fala-se em cerca de 12-15 milhões de barris de petróleo flutuante, nos dias que correm.

  • Há mais exemplos mirabolantes mas como não quero esgotar a paciência do leitor fico-me por aqui.

(Continua)

(3) Aproveito para desmontar outra falácia veiculada pelas companhias petrolíferas que refinam e distribuem, como a Galp, (já analisamos as empresas integradas) quando entre 2007 e 2009 culpavam a escalada da cotação internacional do crude para cobrar (bastante) mais nos combustíveis que vendiam. Primeiro, o crude que compram tem preços contratualizados com os fornecedores e não são os cotados internacionalmente. Segundo, mesmo que fossem, no período em questão, o USD depreciou e de que maneira face ao EUR. Com isto se quer dizer que em termos líquidos a subida em EUR no preço do petróleo entre 2007-2009 não foi assim tão expressiva.

(4) Estávamos em 2008 a meio de toda a turbulência nos mercados financeiros. Quando se já se começava a instalar o pânico pela eventual repercussão catastrófica na economia mundial, eis que a cotação internacional do petróleo começa a escalar na vertical” chegando quase aos USD 150 por barril. Fizeram o pino para tentar explicar tal aberração lógica. “Não fazia sentido nenhum!”. Lembro-me que alguns comentadores mais “radicais” avançarem que podia estar a ganhar forma um cenário cataclísmico. Pois bem, se se tivessem dado ao trabalho de fazer o trabalho de casa teriam sabido, um dia ou dois de pois do petróleo ter atingido o seu máximo, que tudo não passou do colapso dum hedge fund que assumira posições vendedoras altamente alavancadas. A verdade é que este fundo teve de liquidar as suas posições. Como? Comprando! Ao fechar posições muito avultadas levou a uma escalada que certamente arrastou muitos traders posicionados da mesma forma. Por que terá sido obrigado a fechar tudo? Uma de duas: ou os bancos que lhe alimentavam as posições alavancadas lhe “tiraram o tapete”, obrigando a repor o crédito concedido; ou, o petróleo não caiu como esperavam. A alavancagem permite retornos ampliados quando se ganha mas pode fazer miséria quando não se acerta. Em mercados financeiros estar certo na hora errada pode levar qualquer trader à ruína!

O Lado Negro do Petróleo (II/IV)

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Antes foi feita referência aos fundamentos do petróleo. Que fundamentos são esses?

Resumidamente, o petróleo é uma matéria-prima que :

  • se encontra no subsolo: em terra firme, ou no oceano;
  • mais próximo da superfície e em zonas em que “basta perfurar o solo que ele brota,” ou em zonas remotas e de difícil acesso, cujo processo de extracção tem necessariamente de ser mais sofisticado logo, mais dispendioso;
  • cuja quantidade disponível se desconhece (ainda que se admita que seja escassa);
  • geograficamente, não se encontra igualmente distribuído: ao que se sabe, nos dias de hoje, está mais concentrada em algumas zonas do globo;
  • não é homogénea: há crude mais leve, mais puro e, por isso, mais facilmente refinável, e outro mais “pesado,” cuja refinação se revela mais difícil.

Relativamente ao mercado da matéria-prima, propriamente dito.

Do lado da oferta:

  • o ritmo de extracção (produção) é mais ou menos estável – embora com tendência ascendente – nos países desenvolvidos;
  • a capacidade marginal de produção – a que pode flutuar no curto prazo – está concentrada na Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP): países cuja única (ou principal) fonte de riqueza é a exploração e exportação do ouro negro e cujos “estados” só sobrevivem com as receitas fiscais desta indústria;
  • embora entre os países emergentes, sejam os respectivos estados os proprietários do crude, são na maioria dos casos, as multinacionais do petróleo que recolhem os benefícios económicos de explorá-lo;
  • ainda que se admita que as jazidas de petróleo sejam escassas, a verdade é que os progressos técnicos nas áreas das engenharias, geologia, etc., têm levado ao descobrimento e subsequente exploração económica de novas e generosas jazidas de crude.

Do lado da procura:

  • a tendência dos últimos 20-30 anos é claramente altista, com o crescimento fulgurante registado, sobretudo, nos países Asiáticos, com destaque para a China: crescimento económico, crescimento industrial, maior poder de compra, crescimento do parque automóvel, mais tráfego aéreo, tudo contribuiu para a explosão da procura de produtos derivados do petróleo;
  • embora nos países em vias de desenvolvimento o consumo seja mais desenfreado, nos países ocidentais a intensidade do seu uso tem-se reduzido bastante, principalmente desde o choque na oferta do final dos anos 70. Isto é, ao longo das últimas décadas, as economias desenvolvidas têm procurado diminuir a sua dependência do petróleo forjando tecnologia cada vez mais eficiente e/ou com fontes de energia diversas.

Quanto ao “mercado” propriamente dito:

  • ao contrário daquilo que é dado a entender não há uma cotação “internacional” do crude, propriamente dita: há gigantes multinacionais que sob concessão dos estados de determinados países, extraem e comercializam o petróleo que, como foi esclarecido acima, é uma matéria-prima heterogénea;
  • aquilo que é cotado nos mercados financeiros é um índice que serve de referência aos especuladores, aos indivíduos/empresas que, por qualquer razão, lhes convém cobrir o risco operacional de lidar com produtos derivados do petróleo (empresas de transporte de passageiros e/ou mercadorias, empresas químicas, refinarias, etc.) e no cálculo dos royalties e/ou impostos a cobrar às empresas petrolíferas por parte dos governos dos países que dependam fortemente do crude para financiar os orçamentos de estado (independentemente se servem para financiar a compra de armamento, ou artigos de luxo);
  • como não há propriamente correspondência entre o volume de barris de petróleo colocados no mercado real e aqueles que são transaccionados nos mercados financeiros não se pode dizer que haja muito rigor na quantidade de barris de petróleo produzida a nível mundial por unidade de tempo (mês, ano, etc.). Por outro lado, mesmo no seio da OPEP, há variadíssimos precedentes de ruptura das quotas de produção acordadas.

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Depois de se relativizar a importância da “cotação internacional do outro negro” e de se aprofundar um pouco as idiossincrasias da matéria-prima, devemos abordar as principais razões económicas invocadas para explicar a queda do preço do crude de 115 dólares (USD) para cerca de 50 em menos de 6 meses:

  • Retracção da actividade económica mundial, nomeadamente na zona Euro:Este prospecto de crescimento económico anémico não é recente nem tão pouco se pode dizer que houvesse perspectivas de uma retoma fulgurante a breve trecho. Para aqueles que teimem em forçar este argumento com o arrefecimento do crescimento a todo vapor da China, a verdade é que a este país não vai deixar de consumir petróleo de um momento para o outro. É também do conhecimento dos que estejam minimamente atentos à evolução do Dragão Asiático que continuar a gerar riqueza a um ritmo de 10% ao ano – média das últimas 2 décadas – não seria não só sustentável como não seria desejável. Uma queda desta magnitude, e com esta violência, no preço do petróleo seria coerente com uma hecatombe económica – não é o caso (pelo menos face ao que já era expectável num passado recente). Se efectivamente fosse (for) esse o cenário que se avizinha pergunto-me: até Junho andava toda a gente a dormir? Especuladores, hedgers, bancos de investimento, fundos de investimento, negociantes de petróleo, descobriram todos ao mesmo tempo que estavam a pagar demasiado pelo petróleo? Coloco esta interrogação, porque se houvesse correspondência entre os mercados financeiros e a economia real, não seria complicado explicar por que razão é que o preço da matéria-prima não caiu mais cedo? Para não baralhar muito a coisa, vamos esquecer o facto de que, ao que parece, os EUA estarem a retomar um ritmo de crescimento económico mais robusto.
  • Relação entre jazidas de petróleo exploradas economicamente e consumo actual ter-se-á expandido, por outras palavras, o ritmo a que se têm descoberto novos poços economicamente viáveis está a mais que compensar a cadência do consumo. O argumento de que a pressão altista sobre o preço internacional do petróleo deu ensejo à exploração de poços de custo marginal relativamente elevado (com destaque para a perfuração horizontal de formações de xisto – fracking – nos estados do Dakota do Norte e do Texas, nos EUA, ou, então, no aquecimento das areias betuminosas em Alberta, Canadá), culminando num reforço considerável da oferta e consequente queda do preço, faz algum sentido. O que não encaixa muito bem é utilizar este argumento para explicar uma queda abrupta e repentina na “cotação internacional do crude”, quando estes projectos já estão em marcha há anos.
  • A “tal” reunião da OPEP de 27 de Novembro, na qual o principal exportador – a Arábia Saudita – ante a pressão de países como a Rússia, Irão (cujos regimes não são propriamente convidados de honra para tomar chá) e Venezuela, se recusou a reduzir a sua quota de produção, acentuando a queda da cotação internacional do petróleo, que por essa altura já andava a rondar os 75 dólares por barril. Ainda que tenha ajudado a reforçar a pressão vendedora sobre o crude nos mercados internacionais, não explica como é que a cotação já havia recuado cerca de 35% desde Junho de 2014.

Dirijamos as atenções agora para razões subliminares e que nunca são analisadas (por falta de conhecimento e alguma ignorância atrevida): técnicas e geopolíticas.

(Continua)

Será que vale a pena?!

Os equívocos, as declarações “vazias” e as retóricas disparatadas levam-nos a pensar que o interesse em prosseguir com o processo de integração está ferido de morte.

Se fosse possível analisar o que percorre o pensamento dos dirigentes europeus – em lugar de tentar discernir nas palavras dos seus discursos o que quer que seja – “Será que vale a pena?!” deve repetir-se várias vezes!