Crise da sucessão na presidência da Assembleia da República

Hoje pela manhã, deparei-me com um vídeo que tinha como protagonista a, ainda titular, da presidência da Assembleia da República Portuguesa (AR), Assunção Esteves.

“Inconseguimento”?

“Nível social frustracional derivado da crise”?!

” o não-conseguimento da Europa se sentir pouco conseguida”?!

“soft power sagrado”?!

“mística dos direitos”?!

“tenho medo do egoísmo que nos deixa castrados em termos pessoais e castrados em termos colectivos”?!;

“não permita aquilo que os Franceses chama[m]…(?????)”?!

Como a ilustre senhora fez declarações – no mínimo, risíveis – será que, por vergonha, vai colocar o lugar à disposição?

Entretanto, enquanto se aguarda a sua tomada de decisão, avanço com um rol de possíveis candidatos de igual valia. À excepção de um ou outro, estou em crer que se podem realizar importantes economias salariais. No final, depois de apresentados os candidatos, convido-vos a manifestar a vossa intenção de voto.

Eis os candidatos:

Visconde da Apúlia (celebridade da “Liga dos Últimos”)

“Senhora da Humidade” (figurou no sucesso do youtube “Apanhados da TVI”)

Manuel Machado (treinador do Nacional da Madeira, criador do idioma “Manuel Machadês”)

Carla Ferreira (filha do glorioso Eusébio)

Lauro Dérmio (personagem criado por Herman José)

“Banheiras” (personagem mítico da “Liga dos Últimos”)

Jorge Jesus (treinador do Benfica, dispensa apresentações)

Mário Soares (caso se pretenda alguém com experiência nestas lides)

Sufrague-se!

O Emigrante Jerónimo

Ah! Como sabe bem começar o dia a ouvir disparates. Liga-se a televisão, que agora já é digital – Boa! – e ouve-se dizerem as maiores barbaridades a propósito da mudança de sede fiscal da Jerónimo Martins para a Holanda. Levanta-se um coro de indignados e de defensores da moral e do patriotismo a condenar a operação. Quem?! Os trabalhadores da Assembleia da República e os sábios paineleiros do costume.

Primeiro, e para aqueles que têm a boca à beira do rabo. Sim ao jeito das marmotinhas que tanto gosto. O que empresa Portuguesa fez foi…txaraaaam…emigrar! Pois, na verdade fez a migração da sede onde paga os seus impostos que é o que sucede com qualquer particular que faça o mesmo. Não vi a mesma agitação quando oficiais do governo recomendaram aos seus concidadãos fazer o mesmo. Nem tão pouco com o crescimento significativo dos números da emigração. Na prática isto também representar uma fuga de receitas fiscais (futuras), ou não?!

Segundo, se a direcção da Jerónimo Martins (JM) tem como missão e é paga atender aos interesses dos seus stakeholders (accionistas, trabalhadores, fornecedores, clientes, credores, etc.). Ora, esta medida vai precisamente nesse sentido. Em contraponto o Estado e os seus representantes deveriam ter a mesma orientação, certo?! Também não deixa de ser verdade que ninguém está a gostar nada da política do governo. Pelo que se pode ver a JM também não. De forma análoga se eu não ganho dinheiro suficiente não vou exigir aos meus vizinhos que paguem mais impostos para atingir esse fim, ou vou?! Mais acrescento, para os os moralistas dengosos que têm dificuldades de compreensão irreversíveis, se a JM entrar em dificuldades por má gestão não vem nenhuma troika em seu socorro.

Terceiro, quem é que pode questionar o patriotismo duma empresa que investe e gera tanta riqueza em Portugal?! Quem?! Escrevam nos comentários por favor. Eu prometo que dou os parabéns a quem acertar! Além dos milhares de postos de trabalho, dos consumos intermédios contratados a produtores nacionais e até de alguma forma pela companhia se esforçar por colocar produtos de qualidade aceitável e a preços acessíveis contrariando a inflação induzida pela austeridade…

Quarto e último. Ao que parece a empresa realizou a migração dentro da legalidade. Pergunta para queijinho: quem é que é o órgão legislativo por excelência?! Quem? Ora, se não produziram legislação enquadrável – foi porque fizeram gazeta numa sexta-feira?! – que inviabilizasse a operação em tempo útil, então…calem-se!!! Metam a viola no saco e tentem não aparecer numa loja da empresa nos próximos tempo.

Ai quando houver um fármaco para incontinência verbal…

Miguel Albuquerque (05-01-2012)