Um estudo levado a cabo pela Faculdade de Economia do Porto aponta para uma estimativa da economia paralela de cerca de 32 mil milhões de euros em 2010. Uau! É muita fruta! Isso é quase metade do programa de assistência financeira que Portugal acordou com a troika. A mesma fonte calcula que o Estado terá deixado escapar, neste contexto, 8 mil milhões de euros. Um quarto deste valor representa o que o governo vai confiscar em salários este ano aos funcionários públicos.
Na fotografia europeia ficamos de tacha arreganhada ali perto de Italianos, Gregos, Romenos, Búlgaros e similares. Prestigiante!
Para piorar as coisas temos governantes que faltaram às aulas de Direito Fiscal (e de Macroeconomia também) – não interessa o estabelecimento de ensino superior – que ignoram que o aumento da carga fiscal só piora as coisas para além de agravar a injustiça e equidade fiscais. Como? Muito simples: em lugar de investirem na fiscalização e na produção de legislação que favoreça o cruzamento de dados patrimoniais com os fiscais carregam naqueles que estão vinculados à economia formal. Refiro-me aos assalariados e pensionistas acima de tudo que suportam aumentos no IVA e no IRS sem tugir nem mugir.
Perda de uns…ganho de todos os outros que ao fazerem manguitos à administração fiscal têm mais rendimento disponível para poder por exemplo comprar uns carritos de alta cilindrada.
Perda de uns…ganho de todos os outros países cujas encomendas – de uns carritos por exemplo – aumentam as receitas das suas empresas. E assim, alegremente, fomos “exportando” a nossa riqueza…a fiscal!