Na sombra a oferecer lugares ao sol

Exemplos de inércia e falta de proactividade dos “nossos” representantes não faltam. Ainda há pouco me referi à escassez de resultados que as missões diplomáticas aportavam para a nossa balança de transacções correntes. Provavelmente estavam mais interessados em levar os “camaradas” a dar uma volta do que convidar a verdadeiros empresários para os acompanhar em visitas oficiais com verdadeiras agendas. Aquelas em que o objectivo é vender efectivamente algo feito ou disponível em Portugal.

No início da semana arrancou, com a benção do ministro da Economia (e muito bem!), uma campanha organizada pela Turismo de Portugal e pela Associação Portuguesa de Resorts para promover o turismo residencial no exterior. Os destinatários são os países do norte da Europa – Alemanha, França, Holanda, Reino Unido, Rússia, Suécia – historicamente mais interessados na procura do nosso país, para este segmento, estando previsto para uma outra fase, Brasil, China e Médio Oriente.

Neste capítulo, apesar do potencial enorme que possui, Portugal encontra-se claramente na sombra num mercado em que apenas detém 4% das vendas efectuadas no sul da Europa. A Espanha lidera com 40%, a França tem 25% e Itália 15%.

Bom, já se sabe que o turismo é claramente das apostas mais rentáveis que o nosso país pode fazer e na verdade até exige pouco dos “nossos” representantes. Só exige verdadeiro marketing e apoio a quem queira fazer negócio (não só aos “camaradas)*. O resto, Portugal com os seus encantos, a sua gastronomia, sem esquecer a presença frequente do sol o ano inteiro vende-se por si!

Esqueçam essas ideias peregrinas de processos de reindustrialização porque isso demora (muito) tempo e com as aptidões que os “nossos” representantes denotam só vai dar asneira e da grossa. Pode-se nalguns sectores que foram desbaratados – agricultura e pescas – trabalhar nesse sentido mas de forma lateral.

Por isso, apoie-se a promoção do turismo residencial cujas perspectivas são animadoras. Com efeito, assim se conseguem fluxos duradouros que reforçam a nossa balança de capitais e de bónus, com a fixação de estrangeiros no nosso país (reformados principalmente) ingressos que ajudam a equilibrar a balança de transacções correntes reduzindo a nossa dependência de financiamento externo.

Já agora se não for pedir muito algum enquadramento legislativo favorável a quem queira fixar residência e essas coisas todas. Sei que está a ser tratado mas, por favor, sem trapalhadas!

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